segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Quem inventou que escola de ensino infantil é depósito de criança?



Com as mulheres se destacando cada vez mais no campo profissional, cresce o número de crianças que ingressam mais cedo no ensino infantil. Mas será que estas mulheres realmente sabem do papel que a escola tem na vida de seus filhos além dos simples cuidados básicos?

Com indignação, uma professora e coordenadora de educação infantil relatou na sua página do facebook um trecho do diálogo que ouviu no ônibus entre duas mães, uma delas disse: “prefiro deixar meu filho na escola pois a professora tem mais paciência”. Como?

Socializar, conviver com outras crianças, iniciar a alfabetização são razões um pouco mais contundentes para se optar a deixar uma criança na escola. No entanto, muitos pais adotam uma conduta passiva e enxergam a instituição de ensino como um depósito para seu filho ficar até ser “retirado” pela mãe ou pai na volta do trabalho – ou simplesmente porque a “paciência” em casa não pode ser exercida.

Não raro, professores e diretores têm reclamado desta postura que fica evidente em muitos aspectos, como por exemplo na falta de acompanhamento das tarefas diárias que são realizadas pela escola e registradas nas agendas dos pequenos.


“Espero que os pais tenham como conduta compreender que a escola é um espaço de troca de saberes e não apenas um espaço para o cuidar”, afirma Aparecida Cordon, pedagoga de ensino infantil da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul.

Os pais que ficam, em média, 8 horas no trabalho deixam seus filhos por cerca de 10 horas na escola. Lá as crianças são trocadas e alimentadas, responsabilidades da escola pelos tais cuidados básicos. Mas, além disto, são estimuladas, participam de brincadeiras direcionadas; é na escola que essas mesmas crianças exercitam a troca, a exploração, o conhecimento; muitas vezes é na escola que se percebe que algo está errado com a criança, que apenas leva com ela o reflexo do que vive em casa. 

A escola de ensino infantil tem um papel social e de formação muito mais relevante do que apenas o de brincar, distrair e cuidar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário