Com certa frequência, tem-se observado a passividade de muitos pais
diante do aprendizado da linguagem oral durante a infância. Até que
ponto esta preocupação é relevante? Por que adotar algumas poucas regras
gramaticais da Língua Portuguesa logo na infância?
É certo que muitos pais observam a fala dos seus filhos e, assim como
eu, preocupam-se com o aprendizado da linguagem. Mas, infelizmente, encontrar
pais assim não é algo frequente.
Aprender a falar corretamente logo na infância, sabendo
ao menos as regras simples como o emprego do plural ou mesmo o uso das
conjunções corretas em frases corriqueiras do dia-a-dia, não reflete apenas uma questão estética da linguagem oral. É mais que isso: uma questão da
construção da clareza, da coesão, do entendimento.
Os filhos de hoje precisam estar preparados para a vida adulta, a qual exigirá que sejam bons comunicadores nas simples tarefas que envolvem a vida profissional: telefonemas, seminários, entrevistas, argumentos.
Os filhos de hoje precisam estar preparados para a vida adulta, a qual exigirá que sejam bons comunicadores nas simples tarefas que envolvem a vida profissional: telefonemas, seminários, entrevistas, argumentos.
O incentivo à leitura e o fomento a discussões sobre temas variados,
ainda que a criança não saiba ler, são fundamentais para a construção do
vocabulário e para o treino da maneira de se expressar. Seja por atividades
como jogos de palavras propostos em sala de aula, música em grupo, parlendas,
entre tantas outras, qualquer criança precisa de estímulos concretos e, mais
que isso, estímulos com bom conteúdo que as faça ampliar o domínio sobre a
fala.
No seu livro Gramática da Fantasia, o autor Gianni Rodari sinaliza a
necessidade de trabalhar o aluno levando em conta seus sentimentos, seu senso
crítico, suas percepções e propõe uma série de brincadeiras com palavras e linguagem que
estimulam a imaginação e o questionamento. Então por que bombardear os filhos
de hoje apenas com a cultura massificada que aniquila nossa língua mãe? Há que
se pensar no conteúdo transmitido, de onde vem, o que propõe, se está adequado
à faixa etária, o que argumenta, o que estimula.
Há que emergir uma preocupação muito maior para a questão do uso correto
da Língua Portuguesa. Esse aprendizado não ocorre somente na sala de
aula e a partir do ensino fundamental. Este precioso
aprendizado que irá preparar as crianças para um futuro muito próximo deve
ter início dentro de casa, nos diálogos familiares, nos jogos de expressão,
na contação de histórias, na educação musical; corrigir a criança para dizer
corretamente “fui ao médico” em vez de “fui no médico”,
“tenho 2 livros” em vez de “tenho 2 livro”, "pra eu fazer
a lição" em vez de "pra mim fazer a lição" são
construções simples, básicas mas fundamentais que todos aprendem na escola, e
que podem ser ensinadas todos os dias.
Com uma observação atenta sobre o que
se pronuncia dentro de casa, estes pequenos seres preciosos com rápida capacidade de
aprendizagem irão falar corretamente e, por consequência, escrever
corretamente. E quem não quer ver o filho tirar nota 10 em redação?
Adorei Re! Que seja o primeiro de muitos. Parabéns pela generosidade no informar! bjusss
ResponderExcluirHernani
Ótimo texto! Muitas vezes, quando falamos que vamos AO médico, somos vistos como alienígenas... A língua portuguesa está sendo "abrasileirada", não só na fala como também na escrita.
ResponderExcluirSempre incentivei meus filhos à leitura e hoje, aos 12 anos, minha filha sempre carrega um exemplar para leitura, o que me deixa orgulhosa!
E sim, gramática começa em casa, através da fala e concordo que cabe aos pais o primeiro passo na língua materna.
Beijos!
Dani
É isso Dani, somos os primeiros educadores dos nossos filhos. Que bom que gostou do texto. Eu pareço alienígena em muitas circunstâncias..super beijo!
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