Tem sido fácil observar que as chamadas “músicas chicletes”
do momento são cantaroladas por crianças sem que seus pais fiquem preocupados
com o fato. Pior ainda, os adultos acreditam que a mensagem ali contida não influenciará seus
pequenos. Será?
A Lei nº 11.769, publicada no Diário Oficial da União
no dia 19 de Agosto de 2008, decretou que todas as escolas públicas e
particulares de ensino fundamental e médio teriam 3 anos para instituir o
ensino musical na grade curricular. Muito bem, mas será que só a escola é a
responsável pela educação musical do seu filho? Qual tipo de música que você ouve dentro da sua
casa, do seu carro?
No primeiro artigo publicado aqui no blog foi dito: a música faz parte da construção da linguagem.
Entretanto, é importante observar a mensagem ali contida, a quem se destina, se
é adequada para a idade do seu filho que pode mesmo ficar uma gracinha cantando
a música chiclete do momento, porém, como o próprio nome diz, é chiclete,
gruda, tem “algo” em excesso (açúcar??) então, prezados leitores (pai ou mãe):
cuidado com o exagero.
De melodias duvidosas, frases repletas de cunho sexual e
muitas vezes recheadas de concordâncias esdrúxulas, essa “chicletaria” toda
poderia muito bem ser substituída por excelentes obras feitas para o público
infantil. Pesquise, ouça antes.
Se você é do tipo que não aguenta mais aquelas musiquinhas
infantis que já caíram no domínio público e que falam de princesas, ruas
ladrilhadas, caranguejos, e por aí vai, basta procurar novas opções para os
ouvidos do seu rebento. O mercado musical infantil tem trazido boas surpresas e
a música brasileira é vasta em grandes obras.
Ensinar a separar o joio do trigo, desde cedo, só irá
contribuir para uma linguagem mais expressiva e para a formação cultural desde
a infância.
Devo dizer que o texto me ajudou a expirar. Sim, porque são textos como esse que me fazem soltar o ar do espanto que algumas coisas me causam. O lixo que a indústria cultural produz para nossa assimilação imediata é absolutamente inaceitável para quem se preocupa com a formação das nossas crianças. Não resisto a uma citação de Max Horkheimer: "nós criticamos a cultura de massa não porque ela oferece demais às pessoas (...), mas porque ela contribui para que os homens recebam muito pouco e muita porcaria". Crianças não precisam desses "chicletes onomatopéicos" que o cinismo nosso de cada dia insiste em chamar de música, uma vez que existe Palavra Cantada, por exemplo. Texto excelente e necessário! Meus parabéns ao pessoal do blog Meninas Azuis! Ricardo Taveiros Brasil (Psicólogo Escolar).
ResponderExcluirOlá Ricardo,
ResponderExcluirMuito obrigada pelo seu comentário. Fico feliz que tenha conseguido expirar e soltar seu ar de espanto. Sejamos agentes de transformação! abraço, Regiane.