terça-feira, 13 de novembro de 2012

Nem chiclete, nem música chiclete - um olhar sobre a educação musical


Tem sido fácil observar que as chamadas “músicas chicletes” do momento são cantaroladas por crianças sem que seus pais fiquem preocupados com o fato. Pior ainda, os adultos acreditam que a mensagem ali contida não influenciará seus pequenos. Será?

A Lei nº 11.769, publicada no Diário Oficial da União no dia 19 de Agosto de 2008, decretou que todas as escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio teriam 3 anos para instituir o ensino musical na grade curricular. Muito bem, mas será que só a escola é a responsável pela educação musical do seu filho? Qual tipo de música que você ouve dentro da sua casa, do seu carro?

No primeiro artigo publicado aqui no blog foi dito: a música faz parte da construção da linguagem. Entretanto, é importante observar a mensagem ali contida, a quem se destina, se é adequada para a idade do seu filho que pode mesmo ficar uma gracinha cantando a música chiclete do momento, porém, como o próprio nome diz, é chiclete, gruda, tem “algo” em excesso (açúcar??) então, prezados leitores (pai ou mãe): cuidado com o exagero.

De melodias duvidosas, frases repletas de cunho sexual e muitas vezes recheadas de concordâncias esdrúxulas, essa “chicletaria” toda poderia muito bem ser substituída por excelentes obras feitas para o público infantil. Pesquise, ouça antes.

Se você é do tipo que não aguenta mais aquelas musiquinhas infantis que já caíram no domínio público e que falam de princesas, ruas ladrilhadas, caranguejos, e por aí vai, basta procurar novas opções para os ouvidos do seu rebento. O mercado musical infantil tem trazido boas surpresas e a música brasileira é vasta em grandes obras.

Ensinar a separar o joio do trigo, desde cedo, só irá contribuir para uma linguagem mais expressiva e para a formação cultural desde a infância.

2 comentários:

  1. Devo dizer que o texto me ajudou a expirar. Sim, porque são textos como esse que me fazem soltar o ar do espanto que algumas coisas me causam. O lixo que a indústria cultural produz para nossa assimilação imediata é absolutamente inaceitável para quem se preocupa com a formação das nossas crianças. Não resisto a uma citação de Max Horkheimer: "nós criticamos a cultura de massa não porque ela oferece demais às pessoas (...), mas porque ela contribui para que os homens recebam muito pouco e muita porcaria". Crianças não precisam desses "chicletes onomatopéicos" que o cinismo nosso de cada dia insiste em chamar de música, uma vez que existe Palavra Cantada, por exemplo. Texto excelente e necessário! Meus parabéns ao pessoal do blog Meninas Azuis! Ricardo Taveiros Brasil (Psicólogo Escolar).

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  2. Olá Ricardo,
    Muito obrigada pelo seu comentário. Fico feliz que tenha conseguido expirar e soltar seu ar de espanto. Sejamos agentes de transformação! abraço, Regiane.

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