No dia 21 de novembro, a AG Book lançou o livro Pedro ou Beatriz?, um leve e divertido guia
sobre a chegada da maternidade e todas as transformações que decorrem dela:
mudanças no corpo, novos hábitos alimentares, sexo na gravidez, convivência com
pets e outras tantas dicas. Escrito pela jornalista Michèle Melão, o livro é uma
ótima leitura para as futuras mamães, com informações preciosas sobre a
gravidez e a chegada do bebê.
1.
Como surgiu a
ideia do livro?
Apesar de ser amante das palavras, escrever
um livro nunca passou pela minha cabeça. Um dia, recebi o presente de ser a
primeira pessoa a saber da notícia da gravidez de uma grande amiga...e ela me
encheu de perguntas. As mais variadas e divertidas. Eu tinha resposta para
muitas delas e nossa conversa foi longa. Ela me pediu para fazer um tipo de dossiê,
com todas as coisas que provavelmente aconteceriam com ela, e foi aí que a
inspiração chegou: por que não escrever para todas as grávidas em vez de
beneficiar somente uma? Neste dia comecei o livro e foi uma das melhores
decisões da minha vida. Aprendi e me diverti muito.
2.
O público alvo do
seu livro são mulheres, mas ele tem dicas importantes para os futuros papais.
Você acredita que o pai de hoje é mais participativo?
Acredito que sim. Encontrei muitos pais que
realmente curtem demais os filhos e adoraram a fase da gravidez e suas
particularidades. Apesar disso, tenho convicção de que o trabalho das mães é, e
sempre será, muito maior já que as mulheres não tem a opção de serem ou não
participativas. É única escolha – participar, e muito. Começa na barriga, passa
pela amamentação, pelos cuidados, pelas mudanças na vida. A vida da mulher sem
nenhuma dúvida muda muito mais que a do homem. O seu texto “O Lado B da Maternidade”
é perfeito para ilustrar o que eu penso sobre isso.
3.
O primeiro
capítulo fala sobre inseminação artificial. Em sua opinião, a mulher está
deixando para mais tarde a ideia de ser mãe e, por conta disso, cada vez mais
mulheres dependem dos tratamentos para engravidar?
Acredito que deixar para ter filhos após os
30 é o principal fator, e isso não é recente. Em 1998, uma empresa chamada
Maplan fez uma pesquisa em 9 capitais brasileiras mostrando que a proporção de
mulheres que decidiram ter filhos entre 30 e 44 anos subiu em 10 anos de 30%
para 41%. Isso mostra que a mudança de comportamento das mulheres não é de
hoje. As mulheres hoje querem, antes de ter filhos, estudar, investir na
carreira para dar uma vida melhor aos filhos que virão, viajar, curtir o
casamento. Além destas desculpas, o avanço da medicina e a facilidade em fazer
um tratamento de fertilização também aliviam aquelas que já não têm pressa.
4.
As informações
sobre mudanças no corpo e o sexo na gravidez são particularmente divertidas.
Quer dizer que a gravidez, apesar do ganho de peso, tem muita leveza?
Sim... com certeza gravidez tem muita
leveza, mas nem sempre é leve. Tem gente que sofre e ri ao mesmo tempo, tem
gente que chora ou come o tempo todo, mas no final é sempre “a melhor coisa que
já me aconteceu”. As grávidas são particularmente engraçadas nas suas aventuras,
principalmente no que se refere ao corpo e ao sexo. Não escrevi no livro todas
as histórias que recebi e pretendo colocar algumas (muito boas) no blog. Será
que existe alguma grávida que nunca passou por alguma situação engraçada e
embaraçosa? Se existe, eu não conheci...
5.
No seu livro há
uma discreta campanha para o filho único. Acredita que esse é o novo modelo da
família moderna?
Tentei não passar esta impressão, mas vi
que não consegui...(risos). Eu e muitas mães que entrevistei estamos felizes e
satisfeitas com um filho só, mas a ideia não era fazer campanha, mas sim
quebrar alguns preconceitos sobre filhos únicos. Ter só um filho é uma
tendência, mas é importante citar que o motivo principal dos casais tomarem
esta decisão é a falta de tempo e, principalmente, de dinheiro e muitas
famílias gostariam de ter condições de aumentar a prole. Apesar disso, para
aquelas famílias que não querem aumentar, estudos comprovam que não há
diferenças significativas no desenvolvimento emocional dos filhos únicos em
comparação àqueles que tem irmãos. Ou seja, hoje em dia, qualquer modelo de
família, desde que seja realmente uma família, vale a pena.
6.
Você levou apenas
9 meses para concluir o livro. Podemos dizer que você tem um novo bebê?
Com certeza. Ele nasceu e eu acompanhei
tantas gestações, tantas histórias, expectativas e nascimentos que revivi
muitos dos sentimentos que tive enquanto estava grávida. Posso dizer que minha
“gravidez literária” foi extremamente divertida e interessante.
7.
Você está criando
o blog Lambendo a Minha Cria. Quando o blog irá ao ar e qual objetivo dele?
O blog já está no ar http://www.lambendoaminhacria.blogspot.com.br/ mas ainda não me empenhei como deveria
na divulgação. Sinto-me muito mais à vontade para escrever do que para vender.
O objetivo é passar e reunir informações. Os assuntos da maternidade me
encantam. Posso ler, escrever ou falar nisso o dia todo. Para mim, a
maternidade é o verdadeiro construtivismo. Nada é acabado e totalmente
conhecido. Todas as mães têm dúvidas, anseios e conhecimentos preciosos para
dividir. O Lambendo a Minha Cria é a conversa no portão das vizinhas mamães que
não tinham internet para dividir as informações.
8.
Haverá uma
continuação do livro?
Não exatamente uma continuação. Estou
trabalhando agora em pequenos manuais. Quero escrever algo sobre o sono,
alimentação e desenvolvimento dos bebês - pequenos livros. Os dois primeiros
serão basicamente “guias” com as técnicas conhecidas e testadas pelas mães para
ajudar os bebês e crianças a dormirem bem e comerem com qualidade. O terceiro
livro será dedicado a mostrar o que os bebês fazem e como (geralmente) se
desenvolvem. Fiquei tão feliz e realizada ao escrever Pedro ou Beatriz?
que me recuso a parar. Apesar de querer e poder ter apenas uma filha, meu
objetivo é fazer nascer muitos livros.
O
livro Pedro ou Beatriz? está disponível no site www.agbook.com.br em formato impresso ou
e-book.
Boa leitura!
Nenhum comentário:
Postar um comentário