sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Lado B da maternidade

“Eu tenho um sol todos os dias dentro da minha casa”. É com esta fala de Talita, mãe do Pedro, 6 meses, que começa este post.

Um outro lado da maternidade existe e poucas mulheres se dão conta dele. Aqui vamos chamá-lo de “O LADO B DA MATERNIDADE”. Assim mesmo, com maiúsculas e em negrito.
O cenário é realmente muito bonito: um quarto todo fofinho, um bercinho azul ou rosa, bichinhos de pelúcia, fraldinhas bordadas, tudo combinando, cheiro de bebê por todos os lados. E você logo imagina que o mundo será esta calmaria celestial assim que o seu bebê nascer. Fica aqui um aviso: não será.
Por mais que se tente planejar o futuro, a mulher que opta pela maternidade pouco sabe (ou quase nunca) que a simples chegada de uma criança, seja filho da barriga ou do coração, representa literalmente um “divisor de vidas”. 
O que a maternidade te trouxe de melhor?
“Duas crianças lindas e auto-conhecimento. Para você educar e ensinar, precisa primeiro se conhecer, e bem. E a maternidade proporciona isso, você tem que se conhecer na marra, todo dia, e nos assuntos mais variados. Eles nos forçam o tempo todo para frente.”

Lilian Barreto, mãe de Beatriz (7) e Henrique (4),

A busca por fazer sempre o meu melhor, por ser o maior exemplo, por sempre buscar a felicidade deles, porém com limites, principalmente na questão financeira. Enfim, a possibilidade de desviar o foco de mim e focar em outras pessoinhas.”

Vanessa Paganini, mãe de Luis Fernando (5) e Liz (3).

Em meio a todos os cuidados básicos que qualquer criança requer, chegam também as dúvidas, os questionamentos, os dilemas pessoais e as tristezas (depressão pós-parto não é lenda). Além da nova e desconhecida rotina que se cria em torno da criança, surge uma nova mulher cujas expectativas de si e do mundo são questionadas. Nasce um filho, nasce uma mãe.
As prateleiras das boas livrarias estão cheias de obras de autoajuda sobre o tema. No livro Eu Era Uma Ótima Mãe Até Ter Filhos as autoras Trisha Ashworth e Amy Nobile tratam do assunto de uma forma divertida, porém não menos séria. Apesar de parecer, a princípio, um apanhado de depoimentos depressivos acerca de maternidade, trata-se de um livro que compila sentimentos, expectativas e anseios muito comuns entre a maioria das mulheres que se tornaram mães.

O que a maternidade te tirou de melhor?
“Meu sono ingênuo, infantil, despreocupado e ainda ganhei um zumbido de brinde.”


Lilian Barreto, mãe de Beatriz (7) e Henrique (4),
“A minha liberdade de ir e vir... sair com os amigos, sair com o marido, voltar sem horário de uma reunião de trabalho, ou de um passeio no shopping.”

Vanessa Paganini, mãe de Luis Fernando (5) e Liz (3).

Quando a mulher atinge a plena consciência das obrigações que a aguardam e tendo em mente que haverá SIM uma mudança no seu estado emocional e no seu dia-a-dia, fica mais fácil encarar a ideia da procriação. Até porque os grandes dilemas estão mais ligados à rotina e aos hábitos que existiam na vida antes dos filhos.

Mas mesmo sabendo que a maternidade tira algo de bom que existia antes na vida da mulher, a melhor contribuição que se pode dar ao universo (a si mesma!) é o nascimento de uma criança. E este ganho é imensurável.


No momento em que se atinge a consciência dos 2 lados da maternidade é que o lado meio obscuro fica totalmente iluminado pelo brilho e pelo calor do verdadeiro SOL  que vem habitar a casa, o coração e a mente, todos os dias, para o resto da vida de quem é mãe. Assim mesmo, com maiúsculas e colorido.

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