As antigas reuniões de família feitas na hora das refeições
normalmente contavam com a participação de todos: os pais, os filhos, os avós e
seja quem mais fosse membro do mesmo núcleo familiar. Ainda que, muitas vezes, as
crianças não pudessem se manifestar sobre todos os assuntos discorridos à mesa,
estavam lá presentes. Assuntos do cotidiano eram discutidos e todos podiam se
conhecer um pouco melhor.
Há tempos que este cenário mudou. E para quem tem filhos
pequenos, muitas vezes a hora das refeições não é exatamente o momento mais calmo
do dia para se conversar com os demais membros da família.
Com o advento da tecnologia tão acessível às crianças, o
encontro familiar na hora das refeições, quando acontece, tem mais um elemento
na dinâmica: uma tela quadrada e luminosa repleta de jogos: o tablet, o vídeo
game ou o celular.
Alheia ao que acontece ao seu redor, uma criança pode ficar
horas compenetrada nos jogos eletrônicos. E temos que confessar, qual adulto
não quer saborear sua refeição tranquilamente sem as “birras e manhas” da
criançada?
Nos restaurantes é muito fácil observar este cenário: amigos
ou familiares comendo e bebendo despreocupadamente, enquanto a criança se
transforma num ser praticamente invisível sendo abduzida pela tela colorida à
sua frente.
Alguns ambientes, de fato, não estão preparados para receber
crianças e distraí-las e satisfazê-las tem se tornado uma prática que requer
esforços (e isso vale para salas de espera de dentistas, pediatras, etc.). Entretanto,
se algo precisa ser oferecido para acalmar ou alegrar os pequenos, por que não se
optar por elementos lúdicos mais educativos ou mais interativos?
Giz, massinha de modelar, lápis colorido, papel, livros para
colorir, cubos mágicos. Há muitas opções de brinquedos que podem ser levados a
um restaurante ou consultório como meio de distrair uma criança CASO ela venha
a se mostrar inquieta. Com uma pequena
atenção dos adultos, pode-se incentivar a criança a ter interesses mais
relacionados ao universo infantil já que, tristemente, as crianças de hoje
brincam muito menos que as crianças de 20 ou 30 anos atrás.
Há que se atentar para o fato de que as crianças estão cada
vez mais interagindo com elementos da vida adulta. A matéria “O uso de tablets e celulares por crianças deve ser mediado pelos pais” no UOL Mulher traz depoimentos
de consultores pedagógicos sobre a idade adequada para o uso de certos
aparelhos eletrônicos.
Já que as relações interpessoais estão bem fragilizadas (ou
seria, fragmentadas?) com a falta de tempo e os meios virtuais de contato, aproveitar
os momentos de espera ou refeições para interagir com giz de cera, papel, lápis
colorido ou outros materiais do universo infantil trará de volta as reuniões
entre crianças e seus familiares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário