quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

É hora de dar preferência aos brinquedos de verdade


 

As antigas reuniões de família feitas na hora das refeições normalmente contavam com a participação de todos: os pais, os filhos, os avós e seja quem mais fosse membro do mesmo núcleo familiar. Ainda que, muitas vezes, as crianças não pudessem se manifestar sobre todos os assuntos discorridos à mesa, estavam lá presentes. Assuntos do cotidiano eram discutidos e todos podiam se conhecer um pouco melhor.

Há tempos que este cenário mudou. E para quem tem filhos pequenos, muitas vezes a hora das refeições não é exatamente o momento mais calmo do dia para se conversar com os demais membros da família.

Com o advento da tecnologia tão acessível às crianças, o encontro familiar na hora das refeições, quando acontece, tem mais um elemento na dinâmica: uma tela quadrada e luminosa repleta de jogos: o tablet, o vídeo game ou o celular.

Alheia ao que acontece ao seu redor, uma criança pode ficar horas compenetrada nos jogos eletrônicos. E temos que confessar, qual adulto não quer saborear sua refeição tranquilamente sem as “birras e manhas” da criançada?

Nos restaurantes é muito fácil observar este cenário: amigos ou familiares comendo e bebendo despreocupadamente, enquanto a criança se transforma num ser praticamente invisível sendo abduzida pela tela colorida à sua frente.

Alguns ambientes, de fato, não estão preparados para receber crianças e distraí-las e satisfazê-las tem se tornado uma prática que requer esforços (e isso vale para salas de espera de dentistas, pediatras, etc.). Entretanto, se algo precisa ser oferecido para acalmar ou alegrar os pequenos, por que não se optar por elementos lúdicos mais educativos ou mais interativos?

Giz, massinha de modelar, lápis colorido, papel, livros para colorir, cubos mágicos. Há muitas opções de brinquedos que podem ser levados a um restaurante ou consultório como meio de distrair uma criança CASO ela venha a se mostrar inquieta. Com uma pequena atenção dos adultos, pode-se incentivar a criança a ter interesses mais relacionados ao universo infantil já que, tristemente, as crianças de hoje brincam muito menos que as crianças de 20 ou 30 anos atrás.

Há que se atentar para o fato de que as crianças estão cada vez mais interagindo com elementos da vida adulta. A matéria “O uso de tablets e celulares por crianças deve ser mediado pelos pais” no UOL Mulher traz depoimentos de consultores pedagógicos sobre a idade adequada para o uso de certos aparelhos eletrônicos.

Já que as relações interpessoais estão bem fragilizadas (ou seria, fragmentadas?) com a falta de tempo e os meios virtuais de contato, aproveitar os momentos de espera ou refeições para interagir com giz de cera, papel, lápis colorido ou outros materiais do universo infantil trará de volta as reuniões entre crianças e seus familiares.


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